terça-feira, 4 de outubro de 2016

Projeto de Extensão une produção entre os cursos de Publicidade e Propaganda e Radialismo

LAURA RESENDE

Professores Muryllo Lorenzoni e Naiara Rocha com os alunos de
Publicidade e Propaganda e Radialismo
(Fotografia: Laura Resende)
O curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) realiza o primeiro Festival do Minuto e Meio. O projeto de extensão aconteceu na última sexta-feira (30/9). Os alunos do sexto e sétimo semestres dos cursos de Publicidade e Propaganda e Radialismo, respectivamente, exibiram nove curtas que concorreram aos prêmios de: Melhor roteiro, melhor trilha sonora, melhor edição, melhor sete piece e melhor filme.  

O filme Roni ganhou o prêmio de melhor roteiro. O júri decidiu que A Sombra teve a melhor trilha sonora, edição e sete piece (sequência de cena). Já o título de melhor filme foi para Bergman (que tinha praticamente a mesma equipe do filme A Sombra).

O cartaz do filme A Sombra e os três troféus que recebeu
(Foto: Nathan Roberto)
As produções foram realizadas no decorrer do semestre, com a supervisão dos professores Aclyse Mattos (professor de Comunicação Social e diretor da Faculdade de Comunicação e Artes), Muryllo Lorensoni e Naiara Rocha. O júri foi composto por Helia Vannucci (coordenadora do curso de Publicidade e Propaganda), Alessandro Flaviano de Souza (coordenador do curso de Radialismo), Marcelo Biss e Yuri Kopcak.

Marcelo Biss, profissional do ramo audiovisual, diz que a iniciativa de produção, ainda no âmbito acadêmico, é algo fundamental. E dá o recado aos participantes: “Eu vi que vocês ficaram preocupados com a qualidade de som. Gente, o que vocês fizeram é ótimo! Nós sabemos a realidade mato-grossense, imagina para universitários que provavelmente nem possuem equipamentos próprios”.

Nathan Roberto, 22, é um dos estudantes que participaram do projeto. Ele Estuda Publicidade e Propaganda e fala sobre o evento:


Ainda acrescenta que a participação foi muito gratificante. "Somente com a prática a gente consegue ver como são as coisas. Eu não sabia como posicionar o personagem, organizar o cenário etc. O que eu tinha estava apenas na teoria", relata. 

O professor Muryllo Lorenzoni enfatiza a importância da produção no meio acadêmico. "Nós precisamos incentivar isso. Os alunos precisam colocar a mão na massa. Esse foi só a 1ª edição no Festival. O objetivo é que ele vire algo grande", completa.

Galeria de Fotos:
Equipe dos filmes A Sombra e Bergman.
(Foto: Laura Resende)
Produtores de A Sombra e Bergman
(Foto: Laura Resende)
O troféu de Melhor Trilha Sonora foi para A Sombra.
(Foto: Laura Resende)

Preconceito com tatuagens, associada à criminalidade

JULIANA S. KOBAYASHI


Na sociedade atual, não é pouco o número de pessoas que consideram a tatuagem uma intervenção negativa, dificultando a aceitação e gerando preconceitos. Para muitos, elementos como tatuagem, grafite, skate, e piercing caracterizam uma tribo diferente, geralmente associados a uma cultura underground e à criminalidade. Isso se deve à própria história da tatuagem na cultura ocidental, que se expandiu através dos marinheiros em portos, que não eram bem vistos pela sociedade. 

Tiago Moriningo Bruemeller, psicólogo, coloca que ela surge como uma forma de comunicação através do corpo, um tipo de expressão artística. Ele também fala sobre a tatuagem e o preconceito, devido à associação com a criminalidade:


Roosevelt Luciano, 23, fez a primeira de suas três tatuagens assim que chegou à maioridade. Ele fala que todo seu estilo - roupas, tatuagens e brincos - acabou levando a diversas situações nas quais sofreu preconceito. Ele ressalta que, em sua maioria, foram situações ligadas à sua área de atuação, já que trabalha com piscicultura, e no campo das Agrárias as pessoas geralmente não são abertas a estilos diferentes. Confessa também que já se arrependeu em alguns momentos de ter feito suas tatuagens, devido ao preconceito. 

Contudo, conforme foi se especializando e desenvolvendo um trabalho de qualidade, ele passou a ser valorizado, independente de sua aparência e hoje não se importa mais com o preconceito sofrido.

Shayenne começou a tatuar devido à sua paixão
por desenho
(Foto: Juliana S. Kobayashi)
A tatuadora Shayenne Fontes Nogueira, 25, fez sua primeira tatuagem em 2012. Hoje, com 12 tatuagens de diferentes formatos e tamanhos, afirma que nunca sofreu preconceito pelas intervenções que tem, mas sim pela profissão de tatuadora. Muitas pessoas não enxergam o ato de fazer tatuagem como um emprego digno, e ficam surpresas quando ela conta que fez faculdade, mas optou por trabalhar nessa área.  

Entretanto, a situação é diferente com seus clientes, já que, em sua maioria, eles se preocupam em fazer os desenhos em lugares pouco visíveis, pois a maioria tem medo de, no futuro, passar por dificuldades de encontrar um emprego.

Sobre o preconceito com pessoas que possuem tatuagem, Shayenne conta que em seu trabalho já testemunhou diversas situações singulares. Uma de suas clientes sempre desejou fazer uma, mas o marido não permitia. Quando ela reuniu coragem o suficiente, fez a tatuagem contrariando o esposo, o que acabou levando ao fim do seu casamento. 

Além disso, é frequente jovens, que, apesar de serem maior de idade, fazem tatuagens em lugares escondidos para que os pais não vejam. Ela relata o caso de um jovem homossexual, que tatuou um símbolo que marcava sua orientação sexual, mas em um lugar pouco visível para que seus pais, que não sabiam da sua orientação, não tomassem conhecimento.

João participou de um concurso de tatuagem em 2013, no qual o
trabalho do seu tatuador foi premiado
(Foto: Jackson Tattoo)
João Alberto, autônomo, fez sua primeira tatuagem aos 24 anos e hoje, aos 31, já possui três desenhos que ocupam quase toda a superfície do lado direito do seu corpo. Ele disse que, desde pequeno, sempre gostou de desenhar e queria algo em sua pele. “Acho bonito e cada tatuagem tem um significado especial ou conta uma história, faz parte de algum momento da vida”, declara. 

Contudo, ele já passou por algumas situações constrangedoras por causa das modificações. João relata que, certo dia, indo jogar futebol, vestido de bermuda e regada, saiu do ônibus e uma senhora, ao olhar para ele, começou a fazer o sinal da cruz. Ele acha que o preconceito com as pessoas tatuadas, em toda sua origem, se deve à falta de informação.

Tiago diz que estamos passando por um processo de desconstrução da relação entre tatuagem e criminalidade. O psicólogo coloca que, olhando para o passado, podemos ver que o estigma com esse tipo de modificação corporal era maior. Ele acredita que, com o tempo, o preconceito existente irá diminuir. 

Hoje em dia ele percebe que a qualidade do trabalho, as cores, os temas diversos que expressam ideias, afetos, momentos da vida são mais comuns e cada vez menos associados a comportamentos inadequados, se consolidando como uma forma de comunicação e expressão pelo corpo.

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Festival de Hip Hop Contemporaneo

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No dia 18 de Agosto, a praça Alencastro foi palco do Festival de Hip Hop Contemporanêo. O evento foi organizado pelo coletivo Favelativa, e no dia 19 teve continuidade na praça do Jardim Vitória. A proposta foi agregar todos os elementos do Hip Hop em um evento aberto a todos interessados. Nesse dia, a praça Alencastro estava lotada, ao redor do palco, no contorno da fonte, no gramado.

(Foto Octavio Gama)
A escolha do local e da data foi proposital: levar o evento à tradição a qual os jovens tivessem acesso, sem precisar escolher entre o festival e os eventos tradicionais que já aconteciam na praça. A batalha de rima da Alencastro já completava sua 65ª edição no dia 18, e foi celebrada em grande estilo. A noite contou com a presença de rappers de vários cantos da cidade, apresentação dos grupos Pavio Curto, Familia THC e QG Gang, e artistas como Makahao, Pacha Ana e Elton Magrão.                   
                    
Duelo de Mc's na 65ª Batalha da alencastro
(Foto: Octavio Gama)
“A praça Alencastro sempre foi o centro histórico da periferia em Cuiabá. Antes mesmo das batalhas de rap, a galera ia lá para andar de skate”, comenta Weslley Gramelicki, empresário de marca de skate. Este encontro acontecia semanalmente, às quintas feiras, reunindo skatistas de toda a cidade, e com a chegada da batalha de rimas da Alencastro, agregou mais público a praça nesse dia.

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O Fechamento da noite ficou por conta da dupla de rappers do Parana, Quase Nada & Tripa Seca. Já passava das 23h, muitos já haviam pego a condução de volta para casa, mas aqueles que ficaram até o final puderam curtir o show e ver os painéis finalizados pelos grafiteiros que pintavam ao vivo.
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Se interessou pelas atividades culturais? Então não perca a oportunidade: o Evento Hip Hop Identidade Negra teve inicio ontem, dia 3, e seguirá até a próxima sexta-feira (7). Ele oferece oficinas de Mc, Dj, Graffiti e Break Dance, sem contar que os dias estão recheados de atrações culturais.