terça-feira, 27 de setembro de 2016

Festival Subiu difunde cultura da periferia

OCTÁVIO GAMA

No último domingo (25), foi realizado o Festival Subiu! no bairro do Quilombo, centro-norte de Cuiabá. O evento promoveu em sua 4ª edição atividades de lazer e da cultura de rua e foi aberto para toda a comunidade, contando com arte e esporte.

(Foto: Octávio Gama)
O Evento começou logo após o horário de almoço, e se  você acha que o sol de Hellcity (como a capital é citada em alguns cadernos de cultura locais) intimidou o público, está muito enganado. 

Às 13h30 teve inicio a 3ª Copa Subiu, no ginásio da praça Quilombo. Tanto os jogos de times masculinos quanto femininos aconteceram até o anoitecer. Nas quadras esportivas que cercam o ginásio, era possível ouvir o rolamento de skates  subindo os minihamp’s, saltando obstáculos, e acidentes de queda no asfalto quente. Vizinho aos skatistas, na quadra ao lado, cadeirantes competiam nos jogos de basquete três contra três. 

Larissa Silva, 16, voluntária na ONG Equoterapia Nativa e irmã de cadeirante, comenta que os cadeirantes têm pouco reconhecimento por parte do município e que propostas como esta trazem visibilidade e diálogo sobre o assunto, embora o evento não tivesse a estrutura adequada. Relata que “eles [os cadeirantes] ficavam limitados a ficar na quadra, no campo e perto das comidas. Era difícil eles entrarem no ginásio”, onde estavam localizados os banheiros.

(Foto: Festival Subiu!)
Além de esporte, o evento contava também com música. O palco ficava localizado no coração do festival. Perto das trilhas de motocross e das paredes onde víamos os grafiteiros em ação, era possível ouvir as batidas das fanfarras e dos beats do rap. Durante a tarde teve a final da Batalha de Mc’s da Alencastro e apresentação de três atléticas universitárias tocando bateria e oito bandas representando a cena do rap, reggae e samba, contando com grupos como QG Gang, Salomanos e Deserois.


Modesto Alves, produtor de eventos culturais no meio underground, descreve a participação do rap no evento. “O rap é muito impregnado no underground das cidades, nas favelas e tal. É um jeito que eles tiveram para se expressar, conscientizar a galera da sociedade”. Para ele, o festival tem um cunho elitizado, mas o rap ganhou espaço e tem que participar.

Sua opinião está em sintonia com o ponto de vista de Weslley Gramelicki, empresário da marca de uma marca de skate. Para Weslley, o rap faz parte de um todo, junto do skate, do grafiti, do basquete e da dança de rua, quando se trata de expressão da periferia. Ele vê como uma forma de protesto a ocupação de espaços públicos para manifestação cultural. “É assim que a periferia mostra sua força”, ressalta.

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