quinta-feira, 31 de março de 2016

Mídia alternativa: opção aos veículos tradicionais

JOYCY AMBRÓSIO

O momento político vivido pelo país é transmitido pelos diversos tipos de mídia. A enxurrada de noticias a todo o momento chega ao público, e, a partir disso, compõe o seu ponto de vista sobre a crise política pela qual passa o Brasil. Por outro lado, as mídias alternativas trazem uma análise desse contexto, diferente do que as tradicionais oferecem. 

Pela lógica, um veículo deveria trazer as versões que compõem o mesmo fato, separar o ato político de políticos, esclarecer os fatos e ser apartidário. Mas as analises superficiais ocupam mais espaço, e culpa-se a pessoa que está em maior evidencia no poder, enquanto se esconde os que querem estar lá.

Muitos ideias dos que estão indo às ruas nas recentes manifestações que estão acontecendo em todo o Brasil são construídos com o que é mostrado nos jornais diários. Assim, a luta pela democracia se perde nos meios de divulgação

Para perceber a diferença, acesse os links abaixo:



 

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Para Lazaro Borges, estudante de Jornalismo da UFMT, a Mídia Ninja oferece voz aos que não têm espaço na imprensa tradicional. “Eles, ou nós mesmos que somos ou podemos ser participantes desse tipo de mídia livre, dão voz às minorias, e isso leva esse direito aos que não têm, provocando os que já são privilegiados, no caso quem consome a mídia tradicional”.

Edyeverson Hilário diz que “nessa situação pela qual estamos passando, com todas essas noticias, é difícil acreditar em um posicionamento midiático coerente com os reais acontecimentos”.

São duas formas de expor verdades que trazem confusão ao público. O costume de tomar partido de alguns meios gera antipatia a pontos de vista distintos. Ou seja, pelo o andar dos acontecimentos, a democracia também está longe de chegar à mídia. 

quinta-feira, 24 de março de 2016

Perspectivas dos calouros com o curso de Jornalismo da UFMT

JONY CÉSAR

Anualmente, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por meio da Faculdade de Comunicação e Artes, recebe 30 novos alunos para o curso de Jornalismo, os quais são aprovados no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e selecionados por sistema de cotas (ampla concorrência, estudante de escola pública, baixa renda, indígena e cor parda ou negra). Após o período de quatro anos, são formados bacharéis.

Como objetivo, o curso habilita profissionais que estejam sempre atualizados, tenham capacidade de se expressar oralmente ou através da redação de textos, bem como coletar, redigir, editar e publicar notícias com precisão, no intuito de transmitir informações corretas ao público.

Pátio do IL
(Foto: Jony César)
Para a aluna Beatriz Couto, que cursa o 1º semestre do curso de Jornalismo, a expectativa é boa no que se refere ao que espera receber em sua formação. “Eu gosto da área e sabemos que a UFMT é bem referenciada quanto à sua qualidade de ensino e dos seus professores. Creio que me darão o suporte necessário para uma boa formação, atendendo as expectativas do mercado de trabalho”.

O aluno Eduardo Souza, também estudante do 1º semestre do curso de Jornalismo, se mostra otimista, empolgado com o curso. “Estou cheio de otimismo, pois sou aficcionado por jornalismo e sei que terei aqui na UFMT o embasamento teórico e prático, uma formação qualificada, essenciais para um bom desempenho no mercado”.  

Nesse sentido, por mais que hoje em dia em nosso país não se exige a obrigatoriedade de diploma superior para exercer a profissão de jornalista, ensejando a permissão que pessoas sem um diploma possam vir a se tornar repórteres ou apresentadores de jornal, por exemplo, a maior parte das empresas, no momento da contratação de funcionários, preferem profissionais com diploma superior na área de Jornalismo, pois, dessa maneira, estarão atendendo ao que deve ser a premissa de qualquer veículo de comunicação: postura ética, senso de responsabilidade e compromisso com a verdade, levando informações ao público com credibilidade.

Desmembramento do Curso de Comunicação Social do Instituto de Linguagens

CAMILA CABRAL

Instituto de Linguagens- UFMT
(Foto: reprodução)
O curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso foi fundado em 20 de agosto de 1988. Desde sua criação, estava vinculado ao Instituto de Linguagens (IL), que abrange as faculdades de Letras e Música, além de cursos de extensão e dois programas de pós-graduação.

Porém, conforme decisão do plenário em sessões realizadas em dezembro do ano passado, foi aprovada pelo Conselho Diretor da Fundação da Universidade Federal de Mato Grosso não só essa desvinculação do curso de Comunicação do IL, mas a criação da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA). Sendo assim, o curso passa por um momento de reorganização em sua estrutura acadêmica e também administrativa.

Ontem (23), foram empossados os diretores das novas faculdades e institutos da UFMT, dentre eles, o professor Benedito Diélcio Moreira, porém na condição de pró-tempore. Segundo relatou, a eleição do novo diretor deve acontecer o mais breve possível, porém não tem ainda data definida.

O atual diretor destacou que o desmembramento do Curso de Comunicação do IL é um processo natural, em todo Brasil, onde as faculdades de Comunicação têm passado por reformulações. “O curso de Comunicação completou 25 anos, houve também contratação de professores nos últimos dois, três anos, então era chegada a hora do curso andar com suas próprias pernas”.

Embora haja essa separação, o curso de Comunicação continuará usando os espaços já ocupados. Não haverá a necessidade, por enquanto,  de mudança dos Departamentos ou salas de aula.

O coordenador do curso de Jornalismo, José da Costa Marques Filho, ressalta a importância da separação do curso de Comunicação do IL. “Com o desmembramento, poderemos focar em nossas especificidades. Além disso, com a criação da Faculdade de Comunicação e Artes ganharemos força institucional e politicamente, no sentido de lutar dentro da Universidade pelo atendimento das nossas demandas e melhorar ainda mais o nosso curso”.

Estágio nas novas diretrizes do curso de Jornalismo

JOSYANE MACHADO

Entre as mudanças estabelecidas na nova grade curricular do curso de Comunicação Social, teremos no Jornalismo a instauração do estágio curricular obrigatório. Na grade atual, que deve estar em vigor até o período 2016/2, o estágio não é obrigatório, e fica a critério do aluno fazer ou não esta atividade.

No momento, “o estágio acompanha as normas de todo o país, estabelecendo a permissão para os alunos que estão a partir do 6º semestre, em um acordo entre a Federação Nacional dos Jornalistas, instituições superiores de ensino e sindicatos estaduais”, explica o coordenador do curso, José da Costa Marques Filho. Além do período que o aluno pode começar a estagiar, o acordo determina que “as atividades realizadas sejam compatíveis com a formação do jornalista e estejam de acordo com todas as condições de trabalho exigidas pela lei”, explica o coordenador.

As novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), que estabelecem o estágio como obrigatório, foram instituídas para os cursos de Jornalismo de todo o país pelo Ministério da Educação. E foi elaborado um documento com as orientações para a elaboração do estágio curricular obrigatório, através do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), com o objetivo de contribuir com a adequação dos Cursos de Jornalismo do país nestas diretrizes. Assim, o curso de Comunicação Social da UFMT aproveita o atual momento de reconstituição de sua grade curricular para adicionar as diretrizes no curso de Jornalismo.

De acordo com o documento, “as atividades do Estágio Curricular Supervisionado deverão ser programadas a partir do cumprimento de 62,5% das disciplinas (o que equivale ao 6º período)”, e a atividade deve ter “acompanhamento, supervisão, avaliação e fiscalização. O Estágio Curricular Supervisionado de cada estudante deverá ter acompanhamento, orientação, avaliação e fiscalização por parte de um(a) professor(a) do curso e também a supervisão de um(a) profissional jornalista no local de realização das atividades”.

A estudante do curso de Comunicação Social, habilitação Jornalismo, da Universidade Federal de Mato Grosso, Mak Lúcia Forte, decidiu fazer estágio para complementar a sua formação, e aponta as vantagens na formação acadêmica. “O estágio é muito importante, mas depende do local que você está estagiando”. Para ela, além do esforço e interesse do aluno, o aproveitamento depende muito das possibilidades promovidas pelo local em que a atividade é realizada, pois acontece de um estagiário não realizar atividades jornalísticas em seu local de estagiário.

É nesses casos que as novas diretrizes podem ajudar na formação dos alunos. Com a atividade sendo supervisionada pelo corpo docente da instituição de ensino, o aluno irá fazer seu estágio em um local que o possibilite realizar atividades que somam em sua formação, viabilizando um contato direto com a produção de conteúdo jornalístico.

Após ter experiência em diversos veículos que deram a ela essa possibilidade de estar em contato com sua profissão, Mak Lúcia aponta que o estágio “ajuda muito no crescimento profissional: com contatos que vamos usar na carreira profissional, a gente aprende muito. Com o estágio a gente começa a perceber o ritmo e aprende a adaptar a rotina.”

Com as mudanças que vão chegar diretamente na formação do futuro jornalista, o estágio continua possibilitando o contato com os desafios no trabalho do jornalista e com profissionais no mercado de trabalho. E vai permitir, além da prática e adequação do mercado de trabalho, uma reflexão do fazer e da prática social. Enfim, o crescimento e amadurecimento do aluno como profissional. Dessa forma, "começar a encarar o estágio como uma questão pedagógica é um caminho para qualificá-lo e legitimá-lo", pontua a jornalista Géssica da Silva em seu trabalho de conclusão de curso pela Universidade Federal de Santa Catarina: "O estágio entre os estudantes de Jornalismo da UFSC:panorama da prática profissional supervisionada à formação de jornalistas".

A nova grade curricular do Curso de Comunicação Social vai excluir o tronco-comum, e as habilitações de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Radialismo passam a ser cursos independentes a partir do primeiro semestre letivo de 2017. Além da mudança na realização do estágio, a nova grade curricular do curso de Jornalismo traz novas disciplinas, que “vão possibilitar um profissional humano, capaz de questionar a sua realidade social e com a capacidade de utilizar os novos meios de comunicação, redes sociais e novas tecnologias que surgem a cada dia”, finaliza o coordenador do curso.

A relação entre prática e teoria no curso de Jornalismo da UFMT

DEMETRINHO ARRUDA

Buscando reflexão sobre o curso de Jornalismo ofertado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o PPC sugere que "o profissional de Comunicação formado pela UFMT deve ser adequadamente qualificado em função das exigências do mercado de trabalho e deve estar apto a utilizar as técnicas de Comunicação Social para intervir eficazmente no quadro da realidade política, cultural e social do país". Outro ponto do PPC diz que "o egresso deve estar capacitado para analisar criticamente as práticas profissionais e sociais relacionadas aos meios de comunicação e para contextualizá-las nos campos cultural, político e econômico". 

Esse profissional deve ter uma formação versátil, com o instrumental teórico e prático adequado à atuação em diversas áreas, mas sempre observando os princípios da ética que permeiam a atividade profissional do comunicador social". Ainda sobre perfil, sobre o profissional da área de Jornalismo, pressupõe-se que estes tenham domínios específicos, como questões legais, éticas e de responsabilidade social.

(Foto: Demetrinho Arruda)
A aluna, Priscila Soares, 23, que está  no 8º semestre, fala a respeito dessa relação entre prática e teoria no mercado de trabalho, considerando que até o 4º semestre tem muita teoria. "Eu sempre falo para os meus colegas que aqui eles formam doutores, eles formam você pra fazer pós, pra você fazer doutorado ou coisa desse tipo". Na prática a aluna pontua como deficiência a falta de material, escrita, relacionamento com os veículos de comunicação, segundo ela isso tem suas vantagens e desvantagens, dizendo que "aprender teoria faz com que você saia com outra visão da faculdade. Na faculdade particular você aprende a prática, mas nem tanto a teoria". A acadêmica lamenta a falta de equipamentos na Universidade Federal, mas se sente com certo receio de encarar o mercado de trabalho na redação de TV, por exemplo. Porém, na área de assessoria de impressa em que ela já estagiou, afirma estar mais preparada e não tem receios.

O coordenador do curso, José da Costa Marques Filho, reforça a importância da aplicação da prática e das teorias da comunicação no curso e diz que isso é importante para que o aluno se forme com uma visão do mundo globalizada. 

Ele acrescenta, informando que os cursos de Comunicação, que atualmente são Jornalismo, Radialismo e Publicidade e Propaganda, estão trabalhando na revisão dos seus Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs), no intuito de estabelecer qual o perfil profissional vai ter o egresso da UFMT no que diz à sua formação humanística, política, sociológica e técnica, que deva prepará-lo para o mercado de trabalho. 

Tinho, como é conhecido nos corredores, diz também que com essa mudança vem a obrigatoriedade de estágio no curso, o que não era praticado antes dessa reformulação do PPC.

Para Paulo da Rocha Dias, docente do curso, deve-se levar em conta que "estamos num curso superior, e não em um curso técnico, a exemplo do Senai, que são cursos técnicos e ensinam as pessoas a operarem uma máquina e até produzirem tecnicamente um texto. Também na universidade se têm cursos técnicos, que são os cursos de Tecnologias de Lacticínios, Tecnologias de Alimentos, são cursos de dois anos que formam pessoas eminentemente técnicas".


Sobre o curso de Jornalismo, Paulo diz que se trata de um curso de natureza técnica misturado com natureza acadêmica. Segundo ele, "nosso curso não é uma abstração, uma filosofia, mas ele tem natureza acadêmica, ele tem conhecimento acumulado".

Para finalizar, Marluce Scaloppe, também professor do curso, resume que o aluno dentro da universidade pode aliar prática e teoria de forma que saia daqui formado como um profissional com a responsabilidade adequada que se exige do de uma área tão relevante para a sociedade, como deve ser um profissional de Jornalismo.

Nova grade curricular será apresentada aos alunos de Jornalismo

MAK FERNANDES

Uma nova diretriz curricular feita pelo Ministério da Educação (MEC) orienta para a reformulação dos cursos de Jornalismo. A expectativa é que o novo Projeto Pedagógico de Curso (PPC) entre em vigor, na UFMT, no primeiro semestre de 2017.

A partir do novo PPC, os cursos de Jornalismo, Rádio e TV e Publicidade e Propaganda, deixam de fazer parte do tronco comum nos primeiros semestres e passam a ser disciplinas integrais desde o início.

O documento possui cerca de 230 paginas, no qual se apresenta a nova grade, os pré-requisitos para as matérias, as novas disciplinas e suas equivalências, carga horária modificada, novo programa de estagio, alterações no TCC, entre outras mudanças.

Um dos responsáveis pela reformulação, Paulo da Rocha Dias, docente do Departamento de Comunicação Social, diz que o novo PPC irá preparar melhor os alunos para o mercado de trabalho. Ele acrescenta, dizendo que as novas diretrizes são especificas para o curso de Jornalismo. “Nós vamos inserindo as novas grades. Alunos da grade antiga podem fazer disciplinas novas, caso queiram, como optativa ou atividade complementar”, completa o professor.
foto reprodução

Para a acadêmica Ana Flavia Albuquerque, o novo PPC irá contribuir de alguma forma para a formação do profissional, uma vez que o curso está voltado para a preparação do mesmo no mercado de trabalho. “Espero que o novo Projeto nos ajude a melhorar nossa formação, até para quem quer fazer mestrado ou doutorado na área jornalística”, acrescenta.

A nova grade será apresentada oficialmente para os estudantes nos dias 29 e 30 de março, no auditório do Ecco, na Faculdade de Comunicação e Artes (FCA). Alguns professores de Comunicação Social, que fizeram parte da elaboração do PPC, exporão aos alunos o que muda e o que não muda dentro da habilitação de Jornalismo.

Após a apresentação, no começo do mês de abril, o mesmo documento será apresentado para egressos e profissionais da imprensa local como uma forma de interagir com o mercado de trabalho.

Falta de equipamentos atrapalha o andamentos das atividades de telejornalismo

BARBARA MULLER
   
O curso de Comunicação Social tem somente cinco câmeras disponíveis
(Foto: Barbara Muller)
As aulas de Telejornalismo do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) são prejudicadas pela falta de equipamento adequado. As aulas práticas, previstas pela grade curricular do curso de Jornalismo, são ministradas com o mínimo, não proporcionando uma experiência similar à realidade da profissão.

A professora Marluce Scaloppe, que ministra a disciplina de Técnicas de Telejornalismo, diz que há equipamentos, porém eles não são adequados para muitas atividades que deveriam ser realizadas. Para ela, o aprendizado dos alunos não fica totalmente prejudicado, já que a Universidade oferece o mínimo, mas destaca que as produções dos alunos poderia ser de melhor qualidade.  Marluce também aponta que os equipamentos não são o único ponto que deve ser tratado quando se fala de atividades párticas: a falta de um técnico especializado que ajude no manuseio e na preparação também é sentida.

Segundo Camila Caroline Cabral da Costa, estudante do 8º semestre de Jornalismo, as aulas são satisfatórias, mas a quantidade de equipamento disponível prejudica o andamento das atividades, uma vez que os alunos precisam se revesar no uso das câmeras e microfones para fazer a captação de imagem e som. Para ela, além da aquisição de novos equipamentos, a atualização dos mesmos também se faz necessária. 

Com a desvinculação do curso de Comunicação do Instituto de Linguagens, muitas mudanças estão sendo feitas. Marluce declarou que o Chefe de Departamento, professor Javier López, está fazendo um levantamento e poderá colocar à disposição equipamentos novos, que já foram comprados, mas ainda não foram instalados.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Feriados além do descanso

ALLAN PEREIRA
CAMILLA ZENI
JOSYANE MACHADO

O trabalho diário pode ser muito exaustivo, especialmente para aqueles que têm jornadas integrais de dois ou, até mesmo, três turnos. Para essas pessoas, muitas vezes, apenas o final de semana não é suficiente para repor as energias. Por isso, os feriados são muito aguardados. Mas você sabe os verdadeiros motivos para a pausa na rotina?

A professora doutora Maria Thereza Martha Presotti, do Departamento de História da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), explica que todas as datas comemorativas remetem a um acontecimento do passado. “Comemoração: com memória. O feriado vai acessar a memória de um povo e alimentar o sentimento de pertencimento, de relacionar aquilo com as pessoas”.

Maria Thereza Martha Presotti, professora doutora
 em História de Mato Grosso
(Foto: Camilla Zeni)
O 8 de março, por exemplo, Dia Internacional da Mulher, nos remete à luta de trabalhadores por melhores condições de trabalho e igualdades de direitos para as mulheres. A data surgiu após o incidente de 1911 quando cerca de 150 pessoas, mulheres em suma maioria, foram queimadas em uma fábrica de tecidos em Nova Iorque.

“Esses momentos de comemoração são carregados de sentido. Eles fortalecem ideais sobre essa coletividade nacional, ou outra coletividade que está sendo tratada sobre as mulheres, por exemplo. As datas vêm carregadas de sentidos importantes para rememorar, comemorar, trazer na memória e refletir sobre isso”, diz a historiadora.

No Brasil, o calendário conta com oito feriados nacionais, além do dia da Confraternização Universal (1º janeiro), sendo eles: a Paixão de Cristo (25 de março), Tiradentes (21 de abril), o Dia Mundial do Trabalho (1º de maio), Independência do Brasil (7 de setembro), Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro), Finados (2 de novembro), Proclamação da República (15 de novembro) e Natal (25 de dezembro). Além desses, são instituídos outros cinco dias de ponto facultativo, sendo dois dias de Carnaval, o dia seguinte para a quarta-feira de Cinzas (até as 14h), Corpus Christi e o Dia do Servidor Público (28 de outubro), sem contar os feriados regionais e municipais.

 Doutor em Economia Aplicada, Guilherme Miqueleto, professor
da Universidade Federal de Mato Grosso
(Foto: Camilla Zeni)
A lista pode até parecer extensa, mas o Brasil, ao contrário do que se pensa, não é um dos países com mais feriados no mundo. Um estudo realizado pela empresa americana de consultoria Mercer mostrou que o país, mesmo com seus 14 dias de feriados e pontos facultativos, perde para outros 20 países e ocupa a 7ª posição quando se trata de Estados com mais folgas.

Apesar disso, há quem acredita que os feriados causam impacto negativo para a economia, seja a do país ou a regional. Doutor em Economia Aplicada pela Universidade de São Paulo (Esalq/USP), o professor Guilherme Jacob Miqueleto brinca que a história não é exatamente essa.

Para o economista, há, de fato, um impacto na economia, só que ocasionado pelas “emendas” de feriado. É o caso do Dia de Tiradentes (21 de abril), que em 2016 será celebrado em uma quinta-feira. Logo, há a possibilidade de que órgãos públicos, escolas e instituições financeiras estendam a pausa nas atividades para a sexta-feira também.

Segurança no Campus: De quem é a responsabilidade?

CAMILA CABRAL
MAK LÚCIA FORTE

A falta de segurança é um assunto polêmico, ainda mais quando se trata de comunidades universitárias. Um dos fatores que influenciam é a questão burocrática; outra questão é quem deve ser responsabilizado pelas ocorrências.

No contexto da Universidade Federal de Mato Grosso não tem sido diferente. A incidência de violência tem gerado transtornos aos acadêmicos e também às autoridades competentes. Atualmente, a segurança dentro do campus Cuiabá é feita pela Coordenação de Segurança, com assistência da Pró Reitoria de Assistência Estudantil (Prae).

Guarita Principal
(Foto: Reprodução)

Diariamente na UFMT muitos atos suspeitos são vistos, mesmo porque após o início das obras no campus, o acesso de qualquer pessoa no interior dos blocos ficou facilitado, e até dentro de áreas restritas.

Para o coordenador de segurança, Rubens Mauro Ribeiro Leite, que está no cargo há sete anos, um dos primeiros procedimentos ao se constatar uma ação suspeita ou até mesmo concreta é fazer uma ocorrência, para posteriormente serem tomadas as devidas providências. Muitos alunos não seguem esse procedimento, tornando difícil o trabalho da segurança.

Ressaltou também a falta de participação da comunidade acadêmica nos simpósios e seminários que são realizados com frequência para prevenir e reduzir os riscos de assaltos, estupros ou qualquer outro ato que configure violência. “Já fizemos dois seminários de segurança que envolveram a Polícia Militar, professores, funcionários, mas houve pouca participação. Foi divulgado na mídia, no site da UFMT, colocamos banners, mas realmente houve pouca gente apareceu”.

Prefeitura do Campus/ Coordenação de Segurança
(Foto: Mak Lúcia Forte)

Em casos extremos, por exemplo, quando o aluno é o agressor, a competência de tomar algum tipo de decisão fica a cargo da Prae, que irá avaliar o lado social do estudante e dar suporte, caso seja necessário o apoio psicológico.

A coordenadora Mirian Sewo afirma ter “um diálogo bem próximo com a segurança do campus, por conta da moradia estudantil e também da insegurança em relação aos alunos que já passaram por aqui e representam ameaças”.

Não cabe somente às Secretarias do campus ou à polícia tomar atitudes que previnam futuras ações violentas. É responsabilidade do aluno ficar alerta, por exemplo, não andar em pontos desertos desacompanhado e nem com pertences à mostra que chamem atenção. E, caso aconteça algo, a primeira providencia é procurar imediatamente um segurança, que o acompanhará para fazer a ocorrência.

Para mais informações: 
Coordenação de Segurança: 3615-8063/ 8064
Polícia Militar do campus: 3615-8190
Prae: 3615-8175

A Intercom e o desenvolvimento profissional e acadêmico

DEMETRINHO DE ARRUDA
DEODATO RAFAEL

A Intercom, Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação foi fundada em 12 de dezembro de 1977, em São Paulo. Os congressos realizados por ela procuram desenvolver e estimular a troca de conhecimento entre professores, profissionais do mercado e estudantes de graduação e pós-graduação nas diversas áreas da Comunicação Social.

Os eventos são divididos em duas fases: a primeira são os congressos regionais, que acontecem nas regiões norte, nordeste, centro-oeste, sul e sudeste, geralmente entre os meses de maio e julho. A segunda fase é o congresso nacional, realizado no mês de setembro. É o maior evento na área de Comunicação Social do país, que recebe cerca de 3,5 mil inscritos. Os dois eventos são anuais.

Além dos congressos, a Intercom realiza encontros periódicos e simpósios. Em todos os anos, as sedes dos eventos são alternadas. Em 2016, o evento da região Centro-oeste será realizado na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), localizada em Goiânia, entre 19 e 21 de maio. O nacional será na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), de 5 a 9 de setembro.

Nos eventos, as temáticas de Comunicação Social debatidas são: Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade, Rádio, Televisão, Cinema, Produção editorial para mídias digitais, Políticas públicas de Comunicação, dentre outras. Na etapa regional, cada uma delas é organizada em um Diretrizes Temáticas (DTs). No Intercom Nacional, temos os Grupos de Trabalhos (GTs). Ambos reúnem pesquisadores que trabalham com diferentes enfoques sobre o mesmo objeto, gerando uma troca de conhecimento e saberes entre os participantes.

(Foto: Deodato Rafael)


O professor da Faculdade de Comunicação e Artes da Universidade Federal de Mato Grosso, Aclyse Mattos, afirma que os eventos são extremamente importantes para o desenvolvimento da pesquisa e para a construção de saberes na área de Comunicação Social. “O evento permite a troca e o diálogo entre os pesquisadores de uma área que pesquisam o mesmo tema, mas dando enfoques diferentes. Isso faz com que tenhamos uma visão mais ampla do todo. Não há como uma só pessoa enxergar tudo, por isso é importante trocar as experiências, discutir, analisar e questionar o que está sendo debatido no Congresso. Assim, evoluímos como pesquisadores.”, disse o professor.

A estudante de Jornalismo da UFMT, Camilla Zeni, participou do congresso nacional do ano passado, sediado na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ). A estudante apresentou um trabalho sobre as "Celebridades Instantâneas nas mídias sociais”. De modo geral, Camilla gostou muito do evento, destacou que o suporte e a estrutura foram bons. Mas o que mais chamou a sua atenção foi a diversidade de temas de trabalhos apresentados. “Não tinha ideia de tamanha diversidade”.

A estudante Maria Carolina Sanches, de Publicidade, também foi ao congresso nacional do ano passado. Ela ressaltou a importância deste tipo de evento e falou sobre suas impressões. “Achei muito legal o evento, porque nas apresentações de trabalhos e nos debates, nós aprendemos sobre vários temas, o que nos dá ideias para pesquisas futuras. O ambiente com os pesquisadores, ver os debates, esse contato faz com que aprimoremos a nossa linha de pesquisa,” disse Carolina.

(Foto: Deodato Rafael)
Outro ponto importante desse tipo de congresso promovido pela Intercom é o contato com pesquisas que podem dialogar entre si, como relatou o professor Thiago Luiz, da Faculdade de Comunicação e Artes da UFMT. Sobre o evento nacional, ele firma que “a sua importância é convergir diferentes linhas de pesquisa e objetos de estudo para um mesmo local, gerando uma troca de conhecimento entre os participantes.”

O professor Pedro Pinto de Oliveira, da Faculdade e Comunicação e Artes da UFMT, ressalta a importância da pesquisa e do avanço científico para o desenvolvimento do estudante também para o mercado de trabalho. “É importante o estudante começar a pensar na pesquisa, começar a pensar nessas pesquisas relacionadas inclusive às suas práticas profissionais futuras, e também de relacionar essa fundamentação teórica com as suas práticas profissionais. Por isso essa experiência é importante”, potuou.

Os estudantes que desejam participar do evento devem ficar atentos para os prazos e períodos de submissão de trabalhos. Qualquer pessoa interessada pode participar do evento, sendo como ouvinte ou para apresentar trabalhos. A edição regional deste ano está com inscrições abertas: ela acontecerá de 19 a 21 de maio. Para inscrição e mais informações acesse o site do evento. 

Intercom Centro Oeste 2016: pouco conhecimento dos novatos

JOYCY AMBRÓSIO
RAFAEL CANCIAN

Fonte: www.intercomcentrooeste2016.com
A Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) é uma instituição sem fins lucrativos, que promove o fomento e a troca de conhecimento entre pesquisadores e profissionais atuantes no mercado. Tem também o objetivo de estimular a produção científica entre todos os membros da academia, alunos, mestres e doutores.

Todos os anos, o evento realiza congressos regionais que debatem o tema proposto para o Intercom nacional, realizado no segundo semestre do mesmo ano. A produção acadêmica deve ser incentivada no decorrer da vida e principalmente no ingresso do aluno à universidade, que tem os programas de apoio para o deslocamento e estadia de alunos que apresentam seus trabalhos.  


Mas o que se percebe é falta de informação e fomento para os alunos. Muitos estudantes do 1º semestre de Comunicação Social da UFMT só conhecem o Intercom porque os colegas mais antigos os avisaram.


De acordo com Manoel de Souza Vieira, aluno do quinto semestre de Publicidade, conheceu o evento antes mesmo de entrar na universidade. Ele ajudou a organizar o Intercom Centro-Oeste que houve em Cuiabá. Ao entrar no curso, era o único que sabia sobre o evento e ajudou também a divulgar entre os colegas de sala a produzirem conteúdo para o congresso. 

Nos semestres iniciais do curso de Comunicação, a informação sobre o evento ainda é pequena, mas professores e veteranos convidam os alunos a conhecerem e saberem mais sobre os eventos, apresentando materiais expostos nos congressos anteriores. 

Daiane Marafon e Giovanni Ojedo são calouros de Rádio e TV, e já ouvem os rumores sobre o evento nos corredores e através dos professores. Para eles, o interesse em produzir conteúdo para o Intercom ainda é pequeno, porém muitos alunos querem participar apenas como ouvintes para poderem se inteirar do evento e escrever algum artigo ou produzir material audiovisual para as próximas edições.


Este ano o evento acontecerá nos dias 19, 20 e 21 de maio na Pontifícia Universidade Católica de Goiânia (GO). As inscrições para submissão de trabalho vão até o dia 13 de abril. A premiação para os melhores trabalhos é simbólica, enriquecendo o currículo Lattes.

Estudantes vivem clima de insegurança na UFMT

JONY BARROS
PABLO RODRIGO

Com mais de doze mil estudantes, o campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em Cuiabá vem ocupando as páginas policiais com o aumento da violência e criminalidade dentro da instituição e suas imediações. Assaltos, furtos, entorpecentes e até tentativas de estupros têm assustado a comunidade acadêmica, que cobra da gestão mais rigor e segurança.

“Um colega de curso foi assaltado em frente ao ginásio às 9h30 da manhã, por um ciclista armado com uma faca. E têm outros casos também”, disse uma estudante ao site  G1Ela conta ainda que para ir de um bloco a outro à noite, somente de ônibus, porque ‘não há o mínimo de segurança’.

Segundo o cabo da PM, Santiago César Alves Rodrigues de Paula, que há um ano está lotado na Companhia da Polícia Militar do bairro Boa Esperança, disse que existe um convênio firmado entre a Polícia Militar e a UFMT para a realização de policiamento ostensivo dentro do campus durante 24 horas/dia, consistindo em rondas e parada de viatura em pontos estratégicos e que, para isso, são utilizados dois veículos.

24 policiais militares realizam o patrulhamento da região
(Foto: Divulgação SESP)
O policial disse, ainda, que há semanas que não são contabilizados registros de ocorrências, mas no cômputo geral do mês sempre há uma ou outra registrada, de maneira esporádica. As ocorrências que mais acontecem são as de natureza “furtos em veículos" e "uso ilícito de drogas”.

Para o segurança Eliel Dias da Silva, que trabalha em uma das guaritas da UFMT, a maioria dos furtos e roubos é praticada por pessoas que não estudam ou trabalham na universidade. “Trabalho há nove meses aqui e o que percebemos é que muitas ocorrências não são praticadas por pessoas da Universidade. Quem pratica algum crime lá fora, vem se esconder aqui. Depois aproveita para praticar um novo crime”, disse Eliel, que também reclamou da pouca quantidade de seguranças. “Nós somos em 30 seguranças por turno e, mesmo assim, é insuficiente para fazer a vigilância. O campus é enorme e tem muita gente. A Base Comunitária da PM ajuda a gente, mas mesmo assim precisaria de mais pessoas na equipe”, finaliza.

A segurança do campus da UFMT de Cuiabá é terceirizada
(Foto: Reprodução)
Por outro lado, existem pessoas que criticam a presença da Polícia Militar dentro da UFMT, alegando que os militares podem inibir a atuação dos movimentos sociais e da classe estudantil. “A presença dos policiais aqui pode ser prejudicial aos estudantes que quase sempre estão manifestando por melhorias na educação. Será que a PM aqui não poderá reprimir essas manifestações como já ocorreu recentemente e ocorre diariamente no país?”, diz Vitor Hugo, estudante de História e ativista do movimento estudantil em Cuiabá.

Outro lado
Por meio de nota, a UFMT informou que nenhum assalto foi registrado na Coordenação de Segurança do campus nos últimos meses e ressaltou que o registro de casos ajuda no combate a esse tipo de ocorrência. A reitoria afirmou ainda que são mantidas rondas dentro dos limites do campus e a guarda nos prédios.

Leia mais:

domingo, 13 de março de 2016

PMDB se reúne com membros do PSDB para discutir o cenário atual do Governo

Entre café da manhã e jantar, temos uma dança de cadeiras

DEODATO RAFAEL
JONY CÉSAR

Na última quarta-feira (09), o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) tomou uma posição ambígua: pela manhã, membros do partido tomaram um “café da manhã” com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à noite se reuniram com membros do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) para um jantar. Afinal, o PMDB é situação ou oposição ao governo?


Na última semana, o ex-presidente Lula sofreu condução coercitiva para depor na sede da Polícia Federal em São Paulo, por ordem do juiz Sérgio Moro, do Tribunal de Justiça Federal do Paraná. Este fato causou uma grande movimentação no cenário político e econômico do pais, ações da Vale e Petrobrás subiram, a Bovespa fechou em alta e o dólar e o euro caíram. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, se mostrou contra o modo de condução coercitiva do ex-presidente para o depoimento.

Lula foi acusado de falsidade ideológica e ocultação de patrimônio, que é uma modalidade de lavagem de dinheiro. Como o ex-presidente não possui nenhum cargo público, está sendo julgado como uma pessoa comum e pode ter a prisão preventiva decretada a qualquer momento, sem a necessidade de ser condenado.

Vendo estes fatores surgirem, a presidente Dilma Roussef convidou, na última terça-feira, o ex-presidente para um jantar e ofereceu-lhe um convite par ocupar algum cargo-chefe, mais especificamente a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) ou Secretaria de Comunicação (Secom) do Governo Federal. Se aceitar, ele terá foro privilegiado, ou seja, seria julgado pelo STF, que poderia ou não aceitar os documentos das investigações realizadas no Paraná.

Lula, por ora, resiste em aceitar o convite. Seria uma confirmação de “culpa” nos casos em que foi acusado. O vice-presidente Michel Temer não se pronunciou oficialmente sobre o caso envolvendo o ex-presidente.


Outro fator importante será a maratona de manifestações que ocorrem no Brasil hoje (13). Se Lula aceitasse a proposta poderia haver uma grande pressão popular para atingir o governo.

Dentro deste cenário, o PMDB atua como peça fundamental. Com o vice-presidente Michel Temer na base do governo, supostamente o partido estão do lado do PT para mudar o cenário político atual. Porém, ações ambíguas mostram uma certa ruptura com o próprio governo, criando ainda mais instabilidade política.

Para o professor do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso, Paulo da Rocha Dias, o PMDB “é a pior coisa que existe no Brasil”. Ele afirma que o partido se mostrou contra as posições tomadas anteriormente pela sua chapa, marcando uma suposta traição do PMDB ao governo. “Ontem eles tomaram um café da manhã com o Lula e deram de presente para ele uma Constituição, um presente que é totalmente ambíguo. O que isso quer dizer? Tomam café da manhã com o Lula e jantam com o PSDB. Por quê? 'O governo mudando ou não, eu [PMDB] estarei do lado dele'. Todos os vícios da política brasileira existem no PMDB”.


Porém, Paulo da Rocha menciona que existem pessoas boas no partido, como Roberto Requião (PMDB-PR) e Pedro Simon (PMDB-RS), mas, por serem poucos, acabam não fazendo a diferença. “Essas pessoas vieram do antigo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), que era de oposição à ditadura. Mas do MDB não resta quase nada.

Se olharmos um pouco o histórico econômico, podemos mostrar que essas movimentações influenciam diretamente a economia do país. Isso se deve ao fato de nossas estruturas políticas serem centradas no Estado. Para o Professor doutor Joel Paese, do Departamento de Sociologia e Política da UFMT, este modelo de estrutura político-estatal muda o rumo da vida dos cidadãos a cada simples menções ou especulações políticas. “O atual quadro político passa por modificações, e essas modificações e mudanças sociais, devido a alguns fatores que marcam a nossa política há alguns anos, podem causar algumas bifurcações [mudanças nas esferas politicas e sociais]. Isso combinado a um esgotamento de um modelo econômico baseado no protagonismo do Estado que hoje se manifesta em inflação, relativamente descontrolada, crescimento econômico negativo, gerando pressões na base social do pacto político forjado nos últimos 13 anos, altera os fatores políticos. Agora, quais serão essas mudanças não há como prever, mas podem surgir novas alianças.”

Este modelo político leva a mudanças drásticas na sociedade muito mais fortes do que em outros governos que centram a sua política no mercado, como fator “dinâmico e articulador das relações sociais e políticas. O Brasil historicamente, desde sua origem, é centrado no Estado. Ele é o protagonista social, político e econômico”. O pesquisador encerrou dizendo que, nesta estrutura, temos uma cidadania e uma economia tutelada pelo Estado.

Ações como a do PMDB, de se relacionar e fazer e desfazer alianças constantemente, afetam a vida e o cotidiano de cada cidadão. Por isso, ações pró e contra o governo e a pressão do judiciário tornam ainda mais difíceis as mudanças e reestruturações que o país está tentando fazer para voltar a crescer.