sábado, 2 de abril de 2016

A mídia do impeachment

RAFAEL CANCIAN

A palavra “impeachment” tem sido uma das mais faladas nas mídias atuais. O processo iniciou-se em dezembro de 2015 e pede a retirada da presidente Dilma Rousseff do poder, alegando crime de responsabilidade. As acusações versam sobre desrespeito à lei orçamentária e improbidade administrativa por parte da presidente, além de lançarem suspeitas de envolvimento em atos de corrupção na Petrobras, que têm sido objeto de investigação pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava Jato. Esse tema tem sido motivo de manifestações em todo Brasil, por grande parte da população, e com apoio da oposição partidária ao PT.

De acordo com Paulo da Rocha Dias, docente do Departamento de Comunicação da UFMT, “todo conteúdo pró-impeachment tem sido veiculado pela grande imprensa brasileira, que é controlada pela elite da comunicação no Brasil. Empresas como a TV Globo, Veja, Isto É, Estadão, Folha de S. Paulo e o jornal O Globo são 100% favoráveis e arquitetas desse grande golpe”. Além disso, Paulo ainda afirma que “as transmissões das manifestações é um grande carnaval, com links ao vivo mostrando das sete da manhã até a meia-noite uma cobertura completa do que está acontecendo”.

Já Flávio Prates, também professor no curso de Comunicação, diz ter uma visão pragmática do impeachment, e não ideológica. “Historicamente, o meu olhar sobre política não é ideológico, eu não participo de partidos políticos. Ao longo da minha vida eu votei em vários partidos, votei várias vezes no PT, votei no PSDB também, PMDB e em outros”. Flávio diz que hoje “estamos apenas em uma discussão ideológica, propaganda ideológica, uma confusão para se manter ainda mais no poder”. Prates ainda afirma que “o que me deixa mais convicto são as atitudes que vieram à luz por meio dessa imprensa, dita como vendida, como, por exemplo, as gravações liberadas pelo juiz Sergio Moro. Nelas podemos perceber uma série de atitudes para blindar o ex-presidente Lula, bloquear a justiça. As gravações são uma forma clara de provar isso, é a voz da pessoa ali. Só não enxerga isso quem não quer, apenas quem a ideologia não deixa. Existem órgão de imprensa posicionados, porém é necessário ler as duas partes e não olhar isso com tanta paixão ou ideologia”. 

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