quinta-feira, 17 de março de 2016

Estudantes vivem clima de insegurança na UFMT

JONY BARROS
PABLO RODRIGO

Com mais de doze mil estudantes, o campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em Cuiabá vem ocupando as páginas policiais com o aumento da violência e criminalidade dentro da instituição e suas imediações. Assaltos, furtos, entorpecentes e até tentativas de estupros têm assustado a comunidade acadêmica, que cobra da gestão mais rigor e segurança.

“Um colega de curso foi assaltado em frente ao ginásio às 9h30 da manhã, por um ciclista armado com uma faca. E têm outros casos também”, disse uma estudante ao site  G1Ela conta ainda que para ir de um bloco a outro à noite, somente de ônibus, porque ‘não há o mínimo de segurança’.

Segundo o cabo da PM, Santiago César Alves Rodrigues de Paula, que há um ano está lotado na Companhia da Polícia Militar do bairro Boa Esperança, disse que existe um convênio firmado entre a Polícia Militar e a UFMT para a realização de policiamento ostensivo dentro do campus durante 24 horas/dia, consistindo em rondas e parada de viatura em pontos estratégicos e que, para isso, são utilizados dois veículos.

24 policiais militares realizam o patrulhamento da região
(Foto: Divulgação SESP)
O policial disse, ainda, que há semanas que não são contabilizados registros de ocorrências, mas no cômputo geral do mês sempre há uma ou outra registrada, de maneira esporádica. As ocorrências que mais acontecem são as de natureza “furtos em veículos" e "uso ilícito de drogas”.

Para o segurança Eliel Dias da Silva, que trabalha em uma das guaritas da UFMT, a maioria dos furtos e roubos é praticada por pessoas que não estudam ou trabalham na universidade. “Trabalho há nove meses aqui e o que percebemos é que muitas ocorrências não são praticadas por pessoas da Universidade. Quem pratica algum crime lá fora, vem se esconder aqui. Depois aproveita para praticar um novo crime”, disse Eliel, que também reclamou da pouca quantidade de seguranças. “Nós somos em 30 seguranças por turno e, mesmo assim, é insuficiente para fazer a vigilância. O campus é enorme e tem muita gente. A Base Comunitária da PM ajuda a gente, mas mesmo assim precisaria de mais pessoas na equipe”, finaliza.

A segurança do campus da UFMT de Cuiabá é terceirizada
(Foto: Reprodução)
Por outro lado, existem pessoas que criticam a presença da Polícia Militar dentro da UFMT, alegando que os militares podem inibir a atuação dos movimentos sociais e da classe estudantil. “A presença dos policiais aqui pode ser prejudicial aos estudantes que quase sempre estão manifestando por melhorias na educação. Será que a PM aqui não poderá reprimir essas manifestações como já ocorreu recentemente e ocorre diariamente no país?”, diz Vitor Hugo, estudante de História e ativista do movimento estudantil em Cuiabá.

Outro lado
Por meio de nota, a UFMT informou que nenhum assalto foi registrado na Coordenação de Segurança do campus nos últimos meses e ressaltou que o registro de casos ajuda no combate a esse tipo de ocorrência. A reitoria afirmou ainda que são mantidas rondas dentro dos limites do campus e a guarda nos prédios.

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