JOSYANE MACHADO
Entre as mudanças estabelecidas na nova grade curricular do curso de Comunicação Social, teremos no Jornalismo a
instauração do estágio curricular obrigatório. Na grade atual, que deve estar
em vigor até o período 2016/2, o estágio não é obrigatório, e fica a critério
do aluno fazer ou não esta atividade.
No momento, “o estágio acompanha as normas de todo
o país, estabelecendo a permissão para os alunos que estão a partir do 6º semestre, em um acordo entre a Federação Nacional dos Jornalistas,
instituições superiores de ensino e sindicatos estaduais”, explica o
coordenador do curso, José da Costa Marques Filho. Além do período que o aluno
pode começar a estagiar, o acordo determina que “as atividades realizadas sejam
compatíveis com a formação do jornalista e estejam de acordo com todas as condições
de trabalho exigidas pela lei”, explica o coordenador.
As novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), que
estabelecem o estágio como obrigatório, foram instituídas para os cursos de Jornalismo
de todo o país pelo Ministério da Educação. E foi elaborado um documento com as
orientações para a elaboração do estágio curricular obrigatório, através do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) e a Federação Nacional dos
Jornalistas (FENAJ), com o objetivo de contribuir com a adequação dos Cursos de
Jornalismo do país nestas diretrizes. Assim, o curso de Comunicação Social da
UFMT aproveita o atual momento de reconstituição de sua grade curricular para
adicionar as diretrizes no curso de Jornalismo.
De acordo com o documento, “as atividades do Estágio
Curricular Supervisionado deverão ser programadas a partir do cumprimento de
62,5% das disciplinas (o que equivale ao 6º período)”, e a atividade deve ter
“acompanhamento, supervisão, avaliação e fiscalização. O Estágio Curricular Supervisionado de cada
estudante deverá ter acompanhamento, orientação, avaliação e fiscalização por
parte de um(a) professor(a) do curso e também a supervisão de um(a)
profissional jornalista no local de realização das atividades”.
A estudante do curso de Comunicação Social,
habilitação Jornalismo, da Universidade Federal de Mato Grosso, Mak Lúcia Forte,
decidiu fazer estágio para complementar a sua formação, e aponta as vantagens na formação acadêmica. “O estágio é muito importante, mas depende do
local que você está estagiando”. Para ela, além do esforço e interesse do
aluno, o aproveitamento depende muito das possibilidades promovidas pelo local em que a atividade
é realizada, pois acontece de um estagiário não realizar atividades
jornalísticas em seu local de estagiário.
É nesses casos que as novas diretrizes podem ajudar
na formação dos alunos. Com a atividade sendo supervisionada pelo corpo docente
da instituição de ensino, o aluno irá fazer seu estágio em um local que o possibilite
realizar atividades que somam em sua formação, viabilizando um contato
direto com a produção de conteúdo jornalístico.
Após ter experiência em diversos veículos que deram
a ela essa possibilidade de estar em contato com sua profissão, Mak Lúcia
aponta que o estágio “ajuda muito no crescimento profissional: com
contatos que vamos usar na carreira profissional, a gente aprende muito. Com
o estágio a gente começa a perceber o ritmo e aprende a adaptar a rotina.”
Com as mudanças que vão chegar diretamente na formação
do futuro jornalista, o estágio continua possibilitando o contato com os
desafios no trabalho do jornalista e com profissionais no mercado de
trabalho. E vai permitir, além da prática e adequação do mercado de
trabalho, uma reflexão do fazer e da prática social. Enfim, o
crescimento e amadurecimento do aluno como profissional. Dessa forma, "começar a encarar o estágio como uma questão pedagógica é um caminho para
qualificá-lo e legitimá-lo", pontua a jornalista Géssica da Silva em seu trabalho de conclusão de curso pela Universidade Federal de Santa Catarina: "O estágio entre os estudantes de Jornalismo da UFSC:panorama da prática profissional supervisionada à formação de jornalistas".
A nova grade curricular do Curso de Comunicação Social
vai excluir o tronco-comum, e as habilitações de Jornalismo, Publicidade e
Propaganda e Radialismo passam a ser cursos independentes a partir do primeiro
semestre letivo de 2017. Além da mudança na realização do estágio, a nova grade curricular
do curso de Jornalismo traz novas disciplinas, que “vão possibilitar um
profissional humano, capaz de questionar a sua realidade social e com a capacidade
de utilizar os novos meios de comunicação, redes sociais e novas tecnologias
que surgem a cada dia”, finaliza o coordenador do curso.
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