domingo, 21 de dezembro de 2014

Justiça Eleitoral libera registro de candidatura de Paulo Maluf

Candidato havia sido enquadrado na lei da Ficha Limpa.
Com mais de 250 mil votos, deputado deve ocupar lugar na bancada.

ANDRÉ SOUZA/EMILLY CASSIM

Na noite da última quarta-feira [17] o Tribunal Superior Eleitoral [TSE] reverteu a decisão que havia tomado em setembro deste ano, quando impediu Paulo Maluf [PP-SP] de tentar uma vaga política. Antes do pleito eleitoral de 5 de outubro, Maluf teve sua candidatura barrada com base na Lei da Ficha Limpa [LC 135/2010] pela prática de improbidade administrativa.

A decisão foi tomada a partir de uma nova formação da Corte do TSE. Na última audiência que julgou o recurso da defesa de Maluf, o Ministro Admar Gonzaga, um dos que votaram contra a candidatura do parlamentar, não esteve presente. O voto de seu substituto, o Ministro Tarcísio Vieira de Carvalho, foi decisivo para reverter o placar que até então era de 4 a 3 contra Maluf.

Em novembro de 2013, Paulo Maluf foi condenado pela prática de improbidade administrativa na construção do túnel Ayrton Senna, em 1996, quando o mesmo tinha conhecimento do superfaturamento da obra e, ainda assim, não agiu contra as irregularidades. Além da impugnação de sua candidatura, foi decidido que o parlamentar deveria pagar multa e estaria proibido de firmar contratos com o Poder Público ou receber benefícios e incentivos fiscais direta ou indiretamente.

A notícia da possibilidade de Maluf assumir o cargo repercutiu de maneira negativa entre a população, que manifestou sua indignação nas redes sociais. No microblog Twitter, por exemplo, seu nome estava entre os assuntos mais citados da última quinta [18]. 

Reprodução: Twitter


Reprodução: Twitter

Ainda no Twitter, Paulo Maluf comemorou a decisão favorável à sua candidatura, reafirmando sua honestidade.


Reprodução: Twitter

No âmbito local, especificamente na Universidade Federal de Mato Grosso [UFMT], alunos e professores também manifestaram sua posição negativa perante tal decisão. Para a aluna do curso de Serviço Social, Lívia Daniela de Brito, a posse do deputado é um absurdo. "A volta do Maluf mostra que a Lei da Ficha Limpa só funciona até certo ponto e para certas pessoas. Não dá para defini-la como lei, se nem todo mundo vai ser punido", disse.

A professora Marluce Scaloppe conta que ficou surpresa com a decisão do TSE, pois é de conhecimento de toda a população que Maluf já havia sido condenado. "Eu acho que foi um grande absurdo e, para minha surpresa, também houve essa troca de ministros no julgamento. Isso gera um questionamento: será que tudo não aconteceu para favorecer Paulo Maluf?", contou.

Marluce Scaloppe, professora de Comunicação Social na UFMT


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